sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um novo ciclo

Apresento hoje a minha candidatura ao cargo de Secretário-Geral do Partido
Socialista. Apresento-me em nome de valores, de um projecto e de uma
enorme vontade de mudança.

Sou candidato por vontade própria. Apresento-me com toda a minha força e
energia. A minha disponibilidade é total.

Os socialistas conhecem-me e sabem que podem contar comigo. 

Tenho consciência do momento difícil que o país atravessa. E essa é uma das
motivações da minha disponibilidade para liderar o nosso PS. Alguns, em
minha defesa pessoal, tentaram convencer-me a não me candidatar. Mas este
é o tempo certo para quem está na política com convicções e por causas. 
A razão da minha acção política são as pessoas, e é em nome delas que estou
na política.

Candidato-me hoje em nome de todos aqueles que, nas circunstâncias difíceis
em que se encontra o país, continuam a acreditar nos valores da liberdade,
da igualdade de oportunidades e da solidariedade.

Candidato-me em nome de todos os que recusam aceitar a pobreza e as
desigualdades sociais como uma fatalidade. 

Candidato-me com a ambição de ajudar a construir um PORTUGAL
socialmente coeso, com justiça social, com uma forte e dinâmica classe
média, onde nenhuma pessoa fique para trás ou deixe de ter cuidados de
saúde, de educação e de protecção social em função das suas capacidades
económicas. 

Candidato-me hoje porque acredito numa sociedade em que o centro da vida
política  é a dignidade das pessoas, a satisfação das suas necessidades
fundamentais, a  sua autonomia  e a luta pela  concretização das  suas
aspirações pessoais e profissionais.

Candidato-me porque acredito nas novas gerações.

Confio no  potencial criativo  dos jovens, na sua vontade de mudança e
candidato-me em nome dos seus  anseios e das suas dificuldades  em
encontrar emprego, constituir família e de ser verdadeiramente autónoma. 

Nenhum líder político pode dormir descansado quando a geração mais
qualificada de sempre abandona o país pela falta de oportunidades. 
 No momento que o país atravessa são sobretudo estes jovens que trazem
valor acrescentado às soluções de recuperação da economia. 

É com eles que conto para a construção de um país melhor.
Esta é a geração com que Abril e a República sonharam. Darei o meu melhor
para concretizarmos esse sonho. O sonho dos progressistas de esquerda que
ao longo de séculos deram e dão o seu contributo para fazer avançar as
sociedades.
Estou aqui porque acredito na cultura como forma de expressão e de
emancipação social. 

Candidato-me hoje porque acredito que o socialismo democrático, o modelo
social Europeu, o estado providência e a cidadania activa constituem as
traves mestras do Partido Socialista.

Candidato-me porque acredito no trabalho digno e no valor da cidadania.

Candidato-me porque acredito que o bem de todos não pode ficar
sujeito ao bem de alguns.

Candidato-me porque acredito na solidariedade entre gerações e num sistema
de segurança social em que ninguém fique na indignidade.

Num país capaz de criar um sistema nacional de saúde onde ninguém fica de
fora pela sua condição sócio-económica. 

Candidato-me pela dignidade das mulheres neste país, pela verdadeira
igualdade de género e pelo potencial desaproveitado ao longo de gerações.

Porque acredito que é possível ter melhor qualidade de vida, com mais
conciliação entre a vida pessoal, laboral e familiar. 

Candidato-me porque acredito que os portugueses têm o direito de ser felizes
e o exercício da política tem como objectivo proporcionar condições para a
sua felicidade.
O Partido Socialista inscreve na sua génese os valores do humanismo onde o
centro do exercício da política reside nas pessoas, nas suas aspirações e nos
seus sonhos. 
É por isso que aqui estou a dizer presente!

Portugal e o Partido Socialista confrontam-se com desafios que exigem
determinação, uma forte vontade  de mudar e um objectivo inquestionável:
dar esperança e melhorar a vida dos portugueses.
 Vontade de mudar políticas e métodos.
Mudar a relação entre os partidos e a sociedade civil.
Mudar com responsabilidade, transparência, diálogo e envolvência. 
No respeito pelas diferenças e na valorização do que nos une.

Abrir um novo ciclo. Dar esperança a Portugal e aos portugueses.
É este o meu objectivo. É este o desígnio da minha candidatura.

Para isso, é igualmente determinante abrir um novo ciclo no Partido
Socialista. Aos militantes, aos simpatizantes, a todos os que se identifiquem
com os nossos valores e preocupações sociais.

Iniciar uma fase de responsabilidade onde se assumem os compromissos e se
lançam novos desafios.

Em primeiro lugar, colocar a ética e a transparência como matrizes do nosso
comportamento.
A liberdade de pensar sem constrangimentos.
A liberdade de decidir apenas e só em função do bem comum.
A liberdade de assumir um projecto envolvente, de todos e para todos. Sem
exclusão ou preconceito.

Neste sentido, e é este o segundo compromisso, é meu desejo que o PS seja
vivido, sentido e participado pelos militantes e simpatizantes. Para mim, as
militâncias e a participação política não se esgotam nesta ou naquela eleição
mas constitui um dever quotidiano de militância ser capaz de 
transformar a vida das pessoas, incorporar os seus anseios e ajudar a
construir uma melhor sociedade. 

Quero um PS solidário e que respeite a diferença de opinião.
Quero abrir janelas para que entre ar fresco. Não só a brisa da juventude mas
também o saber e a opinião dos que têm um percurso maior, com mais
experiencia.
O pressuposto é que todos, mas todos, têm um espaço de partilha, discussão
e de reflexão. 

Todos em pé de igualdade. 

Todos são válidos. 

É preciso saber ouvir para, depois, decidir.

É também minha intenção fazer com que esta não seja  uma casa fechada,
com gradeamentos. A liberdade de ouvir, participar e decidir tem de ser um espaço mais amplo. 

É urgente, é vital, abrir o PS à sociedade. 

Em múltiplos sentidos.

Reforçar o PS como uma plataforma credível, dinâmica e aberta. 

Aberta a novos valores. 

Aberta a novas gerações. 

Aberta aos que têm um pensamento diferente. 

Aberta aos que querem afirmar a sua cidadania. 

Aberta às ideias.   

Aberta aos sonhos.

São conhecidas as minhas posições sobre o sistema partidário. Desilusão.
Desencanto. As palavras estão gastas. Perderam significado. Precisamos de
novas atitudes e de novos métodos de trabalho. PS atractivo à inteligência e
ao melhor que existe na sociedade.
É meu propósito lançar um amplo debate no interior da família socialista para
modernizarmos o nosso PS, melhorar e aprofundar os espaços de participação
dos militantes, mais debate político e mais opinião. Cada militante tem a sua
opinião e cada opinião deve ter a oportunidade de ser escutada e debatida.
Lançarei esse debate já no próximo Congresso e quero concluí-lo no primeiro
semestre do próximo ano.
Mais e melhor participação, mais debate político e mais abertura é o sentido
desta minha proposta. Um partido que vá ao encontro das pessoas, que as
saiba ouvir,  é a minha exigência. Sempre acreditei na política feita com as
pessoas e para as pessoas e é isso que vou concretizar com o apoio e o
envolvimento de todos os socialistas. Um PS  à altura do novo ciclo e do
século XXI.

Este é o projecto que me move.
Este é o PS que desejo. Um PS que honra os seus fundadores que eu aqui
cumprimento num abraço sentido e especial.
Este é o PS que considero capaz de se adaptar às novas exigências e com
capacidade para ser, de novo, um PS de futuro, um PS vencedor.
  É este o novo ciclo que quero abrir. 
Um ciclo de esperança.
Um ciclo de mudança.
Um ciclo de credibilidade e responsabilidade.

Avanço com esta candidatura num momento particularmente difícil para o
País e para o PS.

No entanto, o que me move é o futuro.

Em relação ao passado,  só tenho uma palavra a dizer a todos os que
ocuparam cargos de responsabilidade no Partido Socialista: obrigado por tudo
o que fizeram.
Quando ganhamos, ganhamos todos. Quando perdemos, perdemos todos.
Somos todos responsáveis.
O Partido Socialista tem uma história de que nos orgulhamos.
A dignidade do Secretário-geral na noite das eleições colocou um ponto final
no passado. Vamos agora iniciar um novo ciclo. 

Conto com todos. Este não é um movimento por mim. Este é um movimento
pelos valores do socialismo democrático. 


O Partido Socialista tem uma grandeza que resulta da acção de todos os
militantes. Do Norte ao Sul do País, dos Açores à Madeira. Lutam diariamente
pelos nossos ideais. Quero, aliás, lembrar as dificuldades de participação
democrática com que os nossos camaradas da Região Autónoma da Madeira
se confrontam dia-a-dia.
  
Estão sempre presentes na minha memória como exemplo de coragem e de
amor à causa pública. E daqui lhes quero garantir o meu apoio e empenho no
desafio eleitoral que vão disputar no próximo Outono. 
As eleições regionais da Madeira não são só um assunto dos socialistas
madeirenses. Estaremos convosco. Como estaremos com os socialistas dos
Açores no aprofundamento da qualidade da autonomia, no respeito pelo
Estado unitário que é Portugal.

Uma palavra também para os autarcas socialistas ou eleitos em listas do PS.
Presidentes de Câmara, vereadores, Presidentes de Juntas de Freguesia.

São  uma das faces mais visíveis do papel do PS na sociedade portuguesa. 
Com o seu esforço, a sua dedicação, a sua força, têm sabido honrar o nome
do Partido Socialista.
 As próximas eleições autárquicas  de 2013  serão uma das minhas principais
preocupações. 
Quero que o PS volte a ser o principal partido nas autarquias portuguesas. 
Sei que há uma força interior no Partido que deverá ser potenciada.
Sei que há um trabalho que está a ser feito. Com credibilidade, com
transparência, com mérito e em prol das comunidades locais.

Estivemos no processo de implantação do poder autárquico. É uma das
nossas conquistas e temos a honra de contar com alguns dos melhores
autarcas. 
São exemplo de dedicação, credibilidade e proximidade com as populações. 
São exemplo de um modelo que devemos aprofundar e alargar a outras
frentes.

É o caso do Grupo Parlamentar do PS.
Como sabem,  liderei o processo de reforma  da Assembleia da República.
No quadro dos princípios que estiveram na base desse processo, reafirmo a
autonomia do Grupo Parlamentar.
Mais, retomo propostas que fiz no passado recente e que visam libertar os
deputados da disciplina partidária em questões que não têm a ver com a
matriz do PS, com a governabilidade e com os compromissos eleitorais. 
Foi assim que me pautei no passado.
Sou coerente. 
Ao assumir o cargo de líder do PS,  não defendo correias de transmissão e
constrangimentos à liberdade de quem representa os cidadãos que o
elegeram.

Também aqui pretendo iniciar um novo ciclo.
Mantenho e até vou reforçar esses princípios – é preciso enobrecer o trabalho
do Parlamento e dos deputados.

Com o mesmo objectivo defendo uma  alteração do sistema eleitoral.
Sei que, no momento difícil em que vivemos, não é uma prioridade. Mas é
inadiável. Consta do nosso programa eleitoral e vamos cumpri-lo. Quero uma
maior relação entre o Deputado e os eleitores. Melhorar a qualidade da
representação.
O PSD, se for coerente com o que prometeu, não pode inviabilizar. 


Quero e desejo um Partido Socialista livre.

Quero e desejo um Partido Socialista com credibilidade.

Quero e desejo um Partido Socialista com identidade. Com base nos seus valores.

Ética, liberdade, responsabilidade e também solidariedade, justiça social.

São valores que não se trocam por pacotes de ajuda.

São valores que não dependem de conjunturas.

São valores que são a nossa alma e esta não tem preço.

É com este pressuposto que o PS vai assumir os compromissos assinados
com as entidades internacionais.
A nossa assinatura é para manter. 

Fui dos primeiros a defender um compromisso. Mantenho o que disse e com
a mesma liberdade afirmo que, na forma como essas medidas serão
implementadas,  não abdicaremos de defender os nossos valores. A defesa
dos mais desfavorecidos, a igualdade de oportunidades e acesso universal à
Educação, Saúde e Justiça.  Honrar os compromissos de acordo com os
nossos valores inscritos na nossa Declaração de Princípios.


Uma outra prioridade para a qual manifesto o meu total empenho é a aposta
no crescimento económico para defesa do emprego.
Para  todas as medidas que vão neste sentido, podem contar com o nosso
empenho.
O nosso problema de sempre. Crescimento económico. Industrialização. 
Defendo uma relação sadia com o Governo. Não aposto no bota-abaixo e no
discurso negativista.
Também aqui a minha  aposta é  a  de um novo ciclo.  Oxalá os restantes
partidos o saibam entender e  se abram, sem tabus, a novos diálogos e
compromissos.
Vamos constituir-nos como alternativa e, desde já, contribuir com propostas.  
Urge ultrapassar as dificuldades. Queremos fazer parte da solução e não ser
um problema.
Mas quero clarificar: somos o principal partido da oposição.
Alternativa. E não ficar à espera que o Governo apodreça. Alternativa e não
rotativismo. A minha ambição é elaborar uma proposta  política  que,  nestes
quatro anos, conquiste a confiança e o entusiasmo dos portugueses. O poder
sempre foi, para mim, um meio para transformar a sociedade e não um fim
em si mesmo. Terei oportunidades para o demonstrar através dos actos.

Dessa alternativa faz parte integrante o nosso pensamento sobre a Europa. E
também aqui quero ser muito claro. Eu sou um europeísta convicto. Mas actualmente não há projecto europeu. A solidariedade dos pais fundadores…
A Europa monetária e a governação  política  e económica. Não há união
monetária sem união política e governação económica. 
Mas não é só a Europa. Também a família socialista, trabalhista e social-
democrata está desorientada. São necessárias referências e oferecer à Europa
uma política alternativa à desastrosa governação conservadora. Só  dois
países são governados por socialistas!
Quero que o PS esteja na primeira linha desse combate e  escreverei uma
carta aos  líderes dos partidos amigos dos países europeus para mobilizar na
elaboração dessa proposta alternativa a este estado de coisas. 


Eu estou aqui porque escolhi a esperança em vez do desânimo.

Escolhi a combatividade por um Portugal mais justo, pensando nos milhares
de jovens que procuram soluções para o seu futuro.


Eu estou aqui porque ao longo dos anos vi e senti a energia contagiante de
mulheres e homens socialistas que nunca pediram nada a ninguém, mas que
são os primeiros a defender o PS.

Quero um País que se assuma. Quero um País onde não haja  qualquer
destino que não possa cumprir, que não possa ser superado. 
Quero um Partido moderno, participativo, que debata com profundidade e
que não fuja às dificuldades.

Os militantes socialistas têm muito trabalho pela frente. Eu sou um militante
como muitos milhares em todo o País.

Disponibilizo-me nesta fase da minha vida para servir o Partido Socialista da
forma que melhor sei, contando com o empenho de todos.

É este o meu propósito. São estes os meus valores.

Uma palavra final para Francisco Assis. Merece todo o meu respeito e sei que
hoje somos adversários internos. Amanhã seremos companheiros na luta pela
defesa dos nossos valores e de um PS mais forte.
É assim que percepciono a vida  política. Com nobreza, com gratidão, com
humildade e também com determinação no que acreditamos.

Por isso, vos convido, a todas e a todos, para esta caminhada, para
que sejamos vencedores do nosso tempo.
 Dirijo-me a todas e a todos os socialistas sem excepção, jovens
socialistas, mulheres socialistas, sindicalistas, autarcas, militantes e
simpatizantes, de Portugal e espalhados pelas comunidades
portuguesas: não me importa o que fizeram ontem, quero apenas
beneficiar da vossa generosidade e disponibilidade para ajudarmos
Portugal e o PS neste novo ciclo. 

Quero partir ao vosso lado. Juntos. Nesta caminhada. O caminho é
difícil. Mas só chegaremos longe se formos juntos.

Este é o tempo. O tempo do novo ciclo.

Sei bem a esperança que esta disponibilidade despertou em cada um de vós.
É com esperança e confiança que hoje daqui partimos. Desta sala cheia de
história, mas cientes de que em cada canto deste país há milhares de pessoas
que acreditam em nós. 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dedicado a toda uma geração

"De nós nada sabemos, a não ser que chegámos".

Um Rumo Seguro

Como é óbvio para a maioria dos meus leitores, o fecho do despistagens não significou, nem poderia significar, o meu afastamento da blogosfera.  Fechei um blog porque fechou um ciclo, aliás, já tinha fechado há algum tempo mas por vezes tenho daquelas teimosias como as que costumo ver nas séries de TV onde médicos alucinados tentam reanimar pessoas já mortas durante horas.
Este é sem dúvida um dos desafios mais difíceis que nos é colocado na vida, saber quando é que “chega” deve mesmo querer dizer “chega”!!! Somos conservadores por natureza, não é segredo para ninguém. Temos uma tendência natural para confiar no que conhecemos, para desconfiar do novo, para temer as mudanças.
Já passei por muitas situações na vida e se recorrer à infinita base de dados das situações que vi outros viverem encontro sempre um denominador comum, nunca nada foi tão assustador como a sensação de ver o chão fugir debaixo dos pés. Isso é natural, é perfeitamente natural e compreensível. A frustração de ver energias investidas num determinado projecto que falhou é muito forte, o desgosto por descobrir que um sonho não será realizado é corrosiva. Mas de tudo, o que acho mais perigoso, é a assumpção de que é preferível um "mal" conhecido a um possível "bem" desconhecido.
Quando interiorizamos, muitas das vezes sem o saber, que o que conhecemos, mesmo que nos magoe, mesmo que nos faça mal é melhor do que simplesmente largar o lastro e seguir em frente, estamos a abdicar na nossa capacidade para mudar, para descobrir, para sonhar e realizar. Quando nos amarramos, conscientemente ou não, a um passado que, apesar das coisas boas, resultou num saldo negativo, estamos a viver com medo e não com coragem, o momento em que insistimos em repetir uma solução gasta em vez de tentar encontrar uma nova é o momento em que trocamos o sonho pela certeza da paz de uma tarde de domingo, em que a vida passa a ser uma sucessão infindável de momentos repetidos em direcção ao infinito.
Há momentos na vida em que temos que ousar. Ousar mudar para poder vencer, ousar sonhar para poder realizar. Há momentos na vida em que a vida só faz sentido fora daquilo a que convencionámos chamar a nossa “zona de segurança”, há momentos na vida em que a mudança nos grita a todas as fibras do nosso ser de forma tão ensurdecedora que o crime não é o risco e sim a manutenção.
São esses momentos que nos obrigam a redefinir prioridades e estratégias, são essas ocasiões que nos fazem crescer, ver mais alto, mais longe, de forma diferente. É nessas alturas que descobrimos que temos que mudar e quando mudamos arrastamos nessa mudança parte do nosso mundo. Nem sempre corre bem, nunca é fácil, por vezes tudo fica um pouco pior, mas, da minha parte, posso dizer-vos que abraço mais depressa o risco de uma mudança que beijo uma cadavérica realidade que me magoou.
É por tudo isso e muito mais que o Rumo Seguro nasceu. Nasceu não só de uma necessidade imperativa de procurar novos caminhos, de trilhar novos rumos e, até, de descobrir novas companhias para essa viagem. O Rumo Seguro nasceu porque a rota seguida até agora não me levou onde eu queria chegar, porque a estrada trilhada não cumpriu as minhas expectativas e chegou mesmo a trair a dedicação que nela investi.
Parto sem bússola nem astrolábio. O barco mete água, o leme não é certo e as velas têm mais buracos que os que consigo contar. Não sei com que ventos posso contar, nem se as correntes não serão adversas, não levo muitas expectativas nem espero grandes resultados. Tenho apenas a minha vontade e a minha determinação que já se tornaram lendárias, sei apenas que está na hora de partir, e sei que vou chegar.
Está na hora de encontrar um Rumo Seguro !